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segunda-feira, 12 de abril de 2010

Bruta Flor

Eu que naquele tempo me achava um rei de tolos. "O Rei Dos Tolos", me orgulhava das minhas mentiras, minhas historias e meu teatro.
Eu amava os tolos, os que eu permitia conhecer minhas historias, às vezes até participarem (meus tolos preferidos esses) e os que eu fingia ignorar.
Como me admiravam e me faziam astro. Inflavam-me o ego, e eu voava alto naqueles tempos.
Quando me deparei com seus olhos, prata, verde prata, azul prata.
Olhos que me prenderam e já no primeiro instante me trouxeram um amargo presente, me trouxeram o que eu mais temia: a insegurança.
E nesse instante eu baixei metros do meu vôo egoísta.
O primeiro contato foi simples, falas fúteis, ideais fúteis e tudo era fútil: -"malditas patricinhas vazias", eu pensava, me orgulhando (quase como numa autodefesa), das noites e noites em bares discutindo ideais, dos malditos livros de filosofia
e dos não tão malditos assim shows de rock'n'roll.
Mais o olhar ainda me prendia e agora eram prata e ouro, agora eram grandes, eram enormes luas cheias magnéticas.
Quando seu corpo decidiu também se mostrar e que lindo corpo
como podia o paraíso todo num lugar tão pequeno, e assim, até hoje é minha visão do paraíso, lindo pequeno e sem muitas palavras, apenas calor e beleza.
Desci mais, cai mais e a dor começou arder.
O presente roubou um pouco do passado e de mim
Aconteceu como algumas pessoas dizem, ao passar pela quase morte: Eu vi minha vida toda passar diante de meus olhos, como num filme...
Foi exatamente assim, porem, não era morte.
Ela resolveu perguntar, e pela primeira vez em anos eu não soube qual a estória certa pra aquela ocasião.
Ah se os tolos me vissem eu seria pebleu novamente
Preferia achar que como o paraíso ele é apenas uma visão bonita do que não existe, no final tudo é inferno ou no maximo purgatório.
Me analisou friamente com seus olhos grandes e nesse momento mais assustadores do que qualquer outra coisa, seus olhos me refletiam e me refletiram feio, pois me mostraram a verdade. Eu inseguro e infantil.
Malditos livros, bares e rock'n'roll
Eu ensaiava e as palavras não saiam e agora quem parecia fútil e quem era o egoísta?
Um adversário?
Não, se fosse uma guerra haveria uma bandeira branca em algum lugar, e eu não encontrei nenhuma.
Descobri um demônio por trás daquele rosto inocente, quase angelical.
Debates de ideais, que idéia a minha.
Em alguns instantes ela me desvendou e se mostrou superior e eu não consegui entender como e nem onde
Me rendi, me entreguei, tentei lhe dar meu beijo como o único premio que assumiria dar, ela não quis, ela pegou meu coração, minha alma e todo o poder que eu achava ter, ela não roubou ela apenas pegou sem pedir e eu entreguei e em troca recebi seu beijo, agora meu ego já havia caído de vez e passado o chão, o anjo do paraíso me levou para o inferno com um só beijo.
A única coisa que eu queria lhe dar
E esperei por dias um novo beijo, já sonhando em não passar de novo por essas sensações confusas.
Como se com um novo encontro eu conseguisse pegar de volta o que ela tirou de mim
Mas isso não aconteceu não mais a vi
E agora eu não sou nada, não sou tolo e nem rei.
Sou simplesmente vazio como havia julgado que a tal dona dos olhos de prata era, ou talvez até pior por ter temido ser o que (não) sou hoje...

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