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sábado, 12 de julho de 2014

Brinde ao Caos



Quem não souber povoar a sua solidão, também não conseguirá isolar-se entre a gente.
Charles Baudelaire

Não a razão ou ordem, não tem jeito
Só existe esse caos morando no peito
E eu, esse desgarrado
Esse sujeito acostumado
E Tantas vezes refeito

Hoje me dou por satisfeito

Só me tragam as garrafas
Hoje tudo faz sentido
É só se manter escondido
Entre a cachaça e a fumaça

Brindaremos a nossa desgraça
O canto agora é outro
Ontem eu fui semimorto
Por não entender que eu ainda morro
Algum dia e não importa o que eu faça

Que se abra então outra porta
Para os guerreiros do amanhã é o inicio
Vamos criar novos vícios
E alimentar essa nossa alma torta

Não vou pagar o divã
E nem ninguém me enchendo saco
Vê se me da mais copo e um trago
Hoje eu prometo e não faço

Quero assumir outro risco de novo
Quero pagar uma outra aposta
Viver essa vida oposta

Pois eu sei onde pedir socorro

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Ego me basta

"Eu sei que no fundo o problema é só da gente.
E só do coração dizer não, quando a mente.
Tenta nos levar pra casa do sofrer."
Preciso aprender a só ser - Gilberto Gil




Eu queria beber até você me esquecer
Até parar de doer
Parar de sofrer 

Eu queria sumir até tudo acabar
A lagrima secar
a dor passar

Eu quis dormir
Eu quis fugir
Eu quis sumir

Mas um dia desses
Como quem acorda com susto
Como um sonho esquisito

Percebi que de todas as coisas
Hoje, amanha e segunda
É só por mim que eu existo

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Pobre Aurora






Morro, morro por ti! na minha aurora
A dor do coração, a dor mais forte,
A dor de um desengano me devora...
Alvares de Azevedo
Aurora das alturas
Se sentes importante
Tu apenas és distante
Em mais uma noite escura

Não podes ver?
A dor que não passa com o chegar da manhã

Minha cabeça esta pesada
E cheio meu coração
Mais uma noite mal passada
Outra manhã de solidão

Pobre Aurora
Não pode ver

Aurora tão distante
Se sentes nas alturas
Tu apenas és importante
Quando a noite é muito escura

sexta-feira, 5 de abril de 2013

águas de março

Quem dera fosse mais fácil
Mais simples
Talvez mais frio
Mas você insiste em sempre ser mar
E eu insisto em sempre ser rio

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Enquanto tivermos tempo

 
Deixe que seus cílios caiam sobre nossos sonhosToda água é benta e abençoa nossos banhos
Mergulho no conhaque dos seus olhos e você me toma como seuMe esconda na floresta de seus cabelos
Lindos, negros como o breu

No conforto de seu seioOnde lagrimas não me expulsam


Deixe que os meus olhos te decorem
Deixando que me alma te olhe

Trocamos gestos e sabores
Olhos e olhares
Poses e lugares
Mudaríamos a alma de lado se não fosse pecado?
Teria magica se fosse sensato?

Após queimarmos na fogueiraOnde a fumaça subirá num grande circuloPor transformar todo dia em dia mágico

Farei da minha voz cama para nos doisVoaremos até o infinito e depoisVoaremos com os Dentes-de-leão ao ventoEnquanto nós tivermos tempo

Em mim está gravada sua fala como musica
E sua imagem no espelho é a fotografia em minha cabeceira

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Lua e Marte

Aquário, hoje


Lua e Marte se opõem e evidenciam uma fase de dificuldades para colocar em prática suas idéias, o que pode lhe render muitos aborrecimentos. Mas não desanime! Avalie se há outros caminhos a serem percorridos, ainda que sejam mais longos. A palavra-chave de hoje é superação!



Hoje a Lua se opõem a Marte
- E o coração noturno
Mas eu iria até a Saturno
Buscaria você em qualquer parte

Pois hoje um desejo profundo
Invade meu peito e arde
E mesmo que isso me mate
Transformaria todo o meu mundo

Pra mantermo-nos como estrutura
Pois essa vida minha Deusa é dura
Se não deixarmos nem o tempo nos cura

Então não mantenha as tardes escuras
Também não me veja de la das alturas
Como se eu fosse a pior criatura



O recomeço sempre se faz valido
Curar as feridas que estão ainda expostas
A gente faz coisas quando a gente gosta
E eu me mantenho tentando e ávido


Disposto a tentar reviver, consertar
Sei que eu preciso também me concentrar
Pra manter o bom funcionamento
De mim, de você e desse sentimento

Se tudo consiste na minha mudança
Então ainda temos que ter esperança
Pois me baseio na minha vontade
De estar com você e te amar de verdade

Não acredito em tudo perfeito
Nem que tudo do nosso jeito
Seja defeito em cima de defeito

Eu acredito em que eu sinto em meu peito
Que o nosso amor não esta tão desfeito
E que minha insistência tenha algum efeito

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012



Me da seu beijo, seu gosto, seu seio
Me da sua calma e a acalme minha alma
Com aquele seu jeito
Que me deixa na palma
Na palma da sua mão
Que é onde esta minha vida
Onde esta meu coração

Me traga, me busque, me ame
Me xingue, brigue ou reclame
Mas me deixe perto
Sendo errado ou certo



Me deixe vidrado
Pois eu estou destinado
A estar para sempre
Por você apaixonado

a Deusa da Beleza Sublime


Uma mulher incrível
De doçura invencível
De beleza extrema
De não caber num poema
Nem seu fosse insensível
Nem se não me importasse
Nem mesmo se eu não gostasse
(e seria impossível)

Inadmissível
Permitir que ela passe
Permitir que acabe
Permitir o desastre

Quero ter de verdade
Em toda a minha vida
A garota mais linda
De toda a cidade
-De todas as cidades!
De Rio Branco a São Paulo
Santo Andre, São Bernardo
Qualquer um dos estados

Ela é a deusa da beleza

Estou determinado
A não ser tão errado
Imaginem a gloria
Deve fazer minha historia
Com ela ao meu lado




sexta-feira, 6 de janeiro de 2012





Eu sou um pintor daltônico
Sonhando em te pintar
Nas cores que irão te mostrar
Meu grande amor platônico




Uma pintura em preto e branco
Que não exponha meu rosto
Mas que demonstre assim meu gosto
Sem quebrar o encanto






Desse amor daltônico
Desse pintor platônico






Indo
Indo pra segunda hora
Indo embora
Indo tenso


Cadê você?
Vindo
Vindo na primeira
Vindo cedo
Vindo vendo
Vindo sendo


Poderia ter visto
Visto o que eu visto
Visto o que eu digo
Visto o que eu sinto
Visto o maldito relógio


Não ha transito nem chuva
Que console um coração apertado

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Fevereiro


Hoje eu acordei pra ver o sol acordar
Eram quase seis

Antes eu sonhei que eu poderia até voar
Eram quase três

Eu queria ver o mar e amar e amar
Eu queria flutuar e amar e amar

Fevereiro o meu mês eu deveria festejar
Eu era quase um rei

O quanto eu dancei com o som desse lugar
E o luar se fez



Eu queria era reinar e amar e amar
Eu queria só dançar e amar e amar





terça-feira, 25 de outubro de 2011

Vida...

Numa outra época
Quem sabe outra era
Eu devia ter visto
Quem você era

Numa outra vida
Ou somente outro dia
Eu deveria ter previsto
O bem e o mal de sua vinda

Vida
Em outra vista
Você era um outro dia
Quando previ mal
Que você era meu bem

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

As Vezes...

A flor pra quem eu dedico minhas poesias...
As vezes você é a poesia pra quem eu dedico minhas flores

UM/DOIS

Você estava tão próxima
Que tropeçou e caiu dentro de mim
Expulsou alguns demônios
Fez algumas reformas
Plantou algumas flores
Resolveu ficar
Tornou-se parte de mim pra sempre
E tudo ficou mais bonito

Aos Blues do Djavan


Tudo era vazio
Eu esperava um copo
Voce me deu um rio
-E eu Oceano...-

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Para banda Wanda Valadares



Desculpe amigo a minha ausência
Desculpe mas não pude ir
Desculpe a minha imprudência
Ou qualquer imprudência futura que vir

Sei que deu tudo certo
Pois ainda acompanho a banda
Mesmo não estando tão perto
Ouço bem como é que ela anda (sendo Ocaso, Sonambuloo ou Wanda)

Desculpe de novo, eu repito
E prometo tentar ir na próxima
Desculpa e promessa no mínimo

Pois até se você fosse mímico
Eu ouviria sua musica ótima
Sou seu fã e eu sempre admito


Vá lembrar do seu sorriso
Corra logo para o abismo (seu mais antigo abrigo)
Tenha-me como inimigo
E diga a todos o quanto eu minto

Vá rever seus tais amigos
Vá falar de seus delírios
mas deixemos em pratos limpos

Mas deixemos em pratos limpos
deixemos em carne crua
veremos a verdade nua

Que eu não fugi pra Lua
Que eu não dormi na rua (meu mais antigo abrigo)
Que minha intenção foi pura
E que a culpa é toda sua

Você me pergunta se eu sou poeta
Eu me considero quase um profeta
Do amor e da dor
Coisas que eu entendo

Faço rima e gracejo

Com o sonho da noiva
A mulher do soldado
O pai divorciado
E com a outra da outra
Faço rima gracejo

Do carinho ao rancor
Sou um quase poeta
Um pseudo profeta
Do amor e da dor

terça-feira, 4 de maio de 2010

Soneto Inacabado

Ao ouvir sua voz minha querida
Estremeci o corpo sem olhar pra trás
Sua voz mudou minha vida
E mudar é coisa que você sempre faz
Em um dia comum sem saber
Que existiam olhos tão lindos
Logo meu sonho foi de vê-los
Do meu lado fechados dormindo
Não conheci garota mais linda
Mas procurei a vida inteira
Se eu soubesse esperava sua vinda
Você ri de mim ainda brinda
Você diz que é tudo besteira
Mate a fome de minh’alma faminta

RUIR

As palavras podem nos ferir
As mágoas podem não passar
E se não formos dois tudo desaba

Que tolice a nossa, achar que tudo ficaria bem
Como se o monte de areia nunca fosse cair
Como se o tempo não fosse passar

É, mas as palavras ferem
As magoas não passam
E se formos mais que dois
Tudo desaba

Quando começamos tudo parecia simples
Mesmo caindo
Mesmo indo contra
Como fomos inocentes

As palavras sempre ferem
As mágoas nunca passam
E se formos três tudo desaba

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Bruta Flor

Eu que naquele tempo me achava um rei de tolos. "O Rei Dos Tolos", me orgulhava das minhas mentiras, minhas historias e meu teatro.
Eu amava os tolos, os que eu permitia conhecer minhas historias, às vezes até participarem (meus tolos preferidos esses) e os que eu fingia ignorar.
Como me admiravam e me faziam astro. Inflavam-me o ego, e eu voava alto naqueles tempos.
Quando me deparei com seus olhos, prata, verde prata, azul prata.
Olhos que me prenderam e já no primeiro instante me trouxeram um amargo presente, me trouxeram o que eu mais temia: a insegurança.
E nesse instante eu baixei metros do meu vôo egoísta.
O primeiro contato foi simples, falas fúteis, ideais fúteis e tudo era fútil: -"malditas patricinhas vazias", eu pensava, me orgulhando (quase como numa autodefesa), das noites e noites em bares discutindo ideais, dos malditos livros de filosofia
e dos não tão malditos assim shows de rock'n'roll.
Mais o olhar ainda me prendia e agora eram prata e ouro, agora eram grandes, eram enormes luas cheias magnéticas.
Quando seu corpo decidiu também se mostrar e que lindo corpo
como podia o paraíso todo num lugar tão pequeno, e assim, até hoje é minha visão do paraíso, lindo pequeno e sem muitas palavras, apenas calor e beleza.
Desci mais, cai mais e a dor começou arder.
O presente roubou um pouco do passado e de mim
Aconteceu como algumas pessoas dizem, ao passar pela quase morte: Eu vi minha vida toda passar diante de meus olhos, como num filme...
Foi exatamente assim, porem, não era morte.
Ela resolveu perguntar, e pela primeira vez em anos eu não soube qual a estória certa pra aquela ocasião.
Ah se os tolos me vissem eu seria pebleu novamente
Preferia achar que como o paraíso ele é apenas uma visão bonita do que não existe, no final tudo é inferno ou no maximo purgatório.
Me analisou friamente com seus olhos grandes e nesse momento mais assustadores do que qualquer outra coisa, seus olhos me refletiam e me refletiram feio, pois me mostraram a verdade. Eu inseguro e infantil.
Malditos livros, bares e rock'n'roll
Eu ensaiava e as palavras não saiam e agora quem parecia fútil e quem era o egoísta?
Um adversário?
Não, se fosse uma guerra haveria uma bandeira branca em algum lugar, e eu não encontrei nenhuma.
Descobri um demônio por trás daquele rosto inocente, quase angelical.
Debates de ideais, que idéia a minha.
Em alguns instantes ela me desvendou e se mostrou superior e eu não consegui entender como e nem onde
Me rendi, me entreguei, tentei lhe dar meu beijo como o único premio que assumiria dar, ela não quis, ela pegou meu coração, minha alma e todo o poder que eu achava ter, ela não roubou ela apenas pegou sem pedir e eu entreguei e em troca recebi seu beijo, agora meu ego já havia caído de vez e passado o chão, o anjo do paraíso me levou para o inferno com um só beijo.
A única coisa que eu queria lhe dar
E esperei por dias um novo beijo, já sonhando em não passar de novo por essas sensações confusas.
Como se com um novo encontro eu conseguisse pegar de volta o que ela tirou de mim
Mas isso não aconteceu não mais a vi
E agora eu não sou nada, não sou tolo e nem rei.
Sou simplesmente vazio como havia julgado que a tal dona dos olhos de prata era, ou talvez até pior por ter temido ser o que (não) sou hoje...

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Para Cada

Noites frias
Ou confortáveis
Pouco importam
Falta algo
Um cheiro doce
O corpo
Sobra espaço
E o travesseiro
Já se acostumou com meu corpo

Não é sofrida a falta
Nas vezes que em que tudo acontece
De novo
Também não é tão bom
Eu nunca sei quando você vem
E odeio surpresas
Então permaneço mudo
Esperando-te
Mais no fundo
Querendo que você
Nunca volte
(Me conheço mais a cada dia, por ainda poder pintar você, sem você estar)

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Brisa

És Brisa sim
Nesses insuportáveis dias de calor
Quentes como o Inferno
Dias de horror
Sinto você me tocar
Suspiro fundo
Posso enfim respirar
Ouço seu som leve brando
És brisa sim
Nesses escuros dias de chuva
Cinzas como o inverno
Dias de dor
Sinto você soprar
Levando o escuro
E as nuvens pra outro lugar
Vejo seu tom me lembrando
Que no meu peito havia apenas brasas
Se apagando quase mornas
E seu ar as transformou em fogo e paixão
És brisa sim
Brisa marinha
Corpo de sereia
És minha rainha

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Soneto dos Domingos


Eu adoro o som alto do chuveiro
Essa água em seus cabelos
Nos dois dentro do banheiro
Pele a pele, pelo a pelo

A espuma em suas costas
Minhas mãos em seus seios
O sorriso que tu mostras
Os olhares que eu leio

Boca, beijos e carinho
E eu acabo me esquecendo
Que daqui a uma hora

Quando você for embora
Eu ficarei sofrendo
Por denovo estar sozinho

Minha Flor


A minha flor não é minha
A chamo de minha flor pra fingir um compromisso
Já que eu pertenço a ela
Gosto de chamá-la de minha flor
Mas ela não me pertence
Ela sabe disso
E faz questão de sempre mostrar que..
Apesar de estar enraizada
Mesmo estando fincada na terra
Ela é livre
Pelo simples motivo de não ter dono
Pelo simples motivo de não ser minha
Eu que já sei voar
Eu que já aprendi tantas coisas
Que já aprendi a criar a vida
Fico preso a essa luz
Essa luz que minha flor nega ter
Ela nem sempre é tão segura
E isso me encanta
Uma flor com espírito de leão
E com o brilho de milhões de estrelas
Assim é minha flor
Sou eu que pertenço a ela

Anjos



Anjos me levem para além
Pra um lugar que não conheça
Hoje eu só quero ficar bem
Vou mudar minha cabeça

Hoje eu não ouço mais ninguém

Me tragam algo pra beber
Que eu vou migrar pra outro mundo
Me escondendo com vocês
Hoje eu durmo mais tranquilo

Minha mente e o coração
Quem de nos tem a razão

Hoje eu não ouço mais ninguém

ELA



Ela tem uma vida tão chata
Com os planos feitos por outros
Tem uma imagem cansada
Dor das lutas perdidas, dos socos.

Ela só quer sorrir

Ela esconde a chave de casa
Junto com uma carta de amor
Corre sempre olhando a calçada
Pra que ninguém possa ver sua dor

Ela só quer cantar

Fica o tempo todo esperando algo novo
Mas se assusta com um olhar demorado
Pensa em festa o tempo todo
Mas teme que o príncipe não seja encantado
Ela torce por quem não acredita
Pois torcer foi o que a restou
Vibra pela vitória errada
Ganhar seja lá como for

Ela só quer mudar

Ela atira uma pedra n'água
O maior movimento com paz
Saúda o único momento de vida
Onde pode fazer o que é capaz

Ela só quer viver

sábado, 13 de março de 2010

Elogio da Loucura - Erasmo de Rotterdam


"Pretendeis misturar o fogo com a água, pois a Loucura e a Prudência não são menos opostas que esses dois elementos contrários. — Não obstante sentir-me-ei lisonjeada por vos convencer disso, desde que continueis a prestar-me vossa gentil atenção.
Se a prudência consiste no uso comedido das coisas, eu desejaria saber qual dos dois merece mais ser honrado com o título de prudente: o sábio que, parte por modéstia, parte por medo, nada realiza, ou o louco, que nem o pudor (pois não o conhece) nem o perigo (porque
não o vê) podem demover de qualquer empreendimento.
O sábio absorve-se no estudo dos autores antigos; mas, que proveito tira ele dessa constante leitura? Raros conceitos espirituosos, alguns pensamentos requintados, algumas simples puerilidades — eis todo o fruto de sua fadiga. O louco, ao contrário, tomando a iniciativa de tudo, arrostando todos os perigos, parece-me alcançar a verdadeira prudência. "

terça-feira, 2 de março de 2010


Deixo a porta aberta
Mais o sol insiste em não entrar
Tento as janelas
Preciso respirar

Talvez agora

Rego um jardim
Não existem flores ao redor
Rego a tristeza
Sentimento que eu já sei de cor

Talvez agora

Ouço um velho disco
Os meus livros não me servem mais
Testo minha memória
Busco algo que eu deixei pra trás

Talvez agora

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

A Louca (Augusto dos Anjos)



Quando ela passa: - a veste desgrenhada,
O cabelo revolto em desalinho,
No seu olhar feroz eu adivinho
O mistério da dor que a traz penada.

Moça, tão moça e já desventurada;
Da desdita ferida pelo espinho,
Vai morta em vida assim pelo caminho,
No sudário da mágoa sepultada.

Eu sei a sua história. - Em seu passado
Houve um drama d’amor misterioso
- O segredo d’um peito torturado -

E hoje, para guardar a mágoa oculta,
Canta, soluça - o coração saudoso,
Chora, gargalha, a desgraçada estulta.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

SURREAL UTOPISTA

Lá vem o Surreal conformista
Fazendo pose na varanda
Para tenta saciar sonhos irreais

De romances irreais
De existencias em reai$

Ele não crê
Não faz questão de entender
Esta apenas inerte

Sempre aprendendo a amar
Sempre esquecendo como odiar

Lá vem o Surreal utopista
Conformista
Conformado
Confortado

Sabe que ninguem decifra o que ele fala
Sem temor e sem tentar se fazer achar

Mas isso não é o primordial
O mundo é como um vizinho